É possível a previsão dos sismos?

Ainda não é possível prever a hora e local exactos de ocorrência de sismos. Como excepção, destaca-se o sismo de Haicheng na China, em Fevereiro de 1975, cuja previsão foi possível, por ter sido precedido por uma série de perturbações na crosta terrestre, que foi monitorizada, permitindo a evacuação ordeira das cidades e salvando a vida a milhares de pessoas.

No entanto, a crosta terrestre raramente dá aviso antes de ocorrer uma ruptura. Por isso, não podemos estar à espera de ser avisados com antecedência antes de ocorrer o próximo sismo violento.

Mesmo assim, na maioria dos casos, são observadas diferenças no comportamento de vários animais (como cães, gatos, peixes e cobras), antes da ocorrência de um sismo, embora ainda não exista conhecimento científico sobre como interpretar a diferença de comportamento dos animais observada, já que pode ser causada por vários outros factores.
Contudo, as tribos aborígenas que habitam as ilhas Andaman e Nicobar escaparam ilesas ao maremoto de 26 de Dezembro, por conseguirem detectar os sinais de aviso dos animais, incluindo aves e animais marinhos, dando tempo suficiente a estas tribos para se abrigarem em locais seguros. Daí que antropologistas estejam a tentar documentar este fenómeno, de forma a criar uma base nacional de recursos para um sistema de sinalização costeiro.




Reflexão:

Infelizmente não se consegue prever a ocorrência dos sismos. Caso tal fosse possível, diminuir-se-ia os seus estragos e vítimas, deixando de ser uma catástrofe tão devastadora como é.
Contudo, os sismos são pressentidos pelos animais visto que estes estabelecem relações com o meio inserido e, assim, se apercebem do seu futuro acontecimento.

Tipos de ondas sísmicas

- Onda P ou Primária: Semelhante à onda sonora. É mais rápida e consegue se propagar em todos os meios. As vibrações de partículas são paralelas à direcção de propagação da onda e corresponde a sucessivas compressões e dilatações do meio por onde passam







- Onda S ou Secundária: Não consegue se propagar no meio líquido (pastoso). As vibrações de partículas seguem movimentos perpendiculares à direcção de propagação da onda.






- Onda Love:
As vibrações ocorrem no plano horizontal que é perpendicular à direcção de propagação da onda.





- Onda Rayleigh: O movimento das partículas se dá em um plano vertical à direcção de propagação da onda.




Reflexão:

Os sismos propagam-se através de ondas e estas não o fazem da mesma maneira. Esta classificação de ondas sísmicas (ondas P, ondas S, ondas Love ou ondas Rayleigh) é bastante notável pelas deformações que ocorrem nos materiais, modificando a paisagem.

Sismógrafos

Os aparelhos destinados ao registo de sismos, denominados sismógrafos, baseiam-se na obtenção de um ponto relativamente fixo, o qual, enquanto a Terra se move conserva, por assim dizer a mesma posição no espaço.


Para registar os movimentos verticais, utiliza-se uma massa suspensa de uma mola em espiral que está presa a um suporte. Essa massa é provida de um estilete cuja extremidade roça suavemente um cilindro arrastado por um movimento de relojoaria e no qual está fixado um papel recoberto de negro de fuligem. Enquanto a crosta se encontra em repouso, o estilete marca no cilindro uma linha horizontal, porém, ao se produzir uma sacudidela vertical, a massa oscila e o estilete vai traçando uma linha mais ou menos ondulada, segundo a intensidade do movimento.


Os sismógrafos para o registo dos movimentos horizontais têm a massa colocada no extremo de uma vareta horizontal, suspensa por um fio cujo extremo se encontra na mesma vertical. O estilete da massa vai marcando sobre o cilindro a linha sinuosa das oscilações a que está submetido a massa do aparelho como resultado dos movimentos horizontais do solo.




Magnitude e Intensidade

O tamanho de um sismo pode ser caracterizado por vários parâmetros, sendo os mais utilizados a magnitude e a intensidade. Cada sismo tem apenas um valor de magnitude, mas produz uma distribuição de intensidades na área afectada.

  • A magnitude é um parâmetro instrumental que caracteriza o tamanho relativo de um sismo e está directamente relacionada com a energia libertada no foco. O seu cálculo baseia-se no valor do movimento máximo do solo registado por um sismógrafo.

    A escala de magnitude sísmica é a escala de Richter.
    De um modo geral, os sismos de magnitude inferior a 2.5 não são sentidos pelas pessoas e só se observam danos para sismos de magnitude superior a 4 ou 5.

  • A intensidade é um parâmetro não instrumental que mede a grandeza de um sismo qualitativamente, em função dos efeitos nas populações, construções e ambiente, variando de local para local (a cada sismo pode associar-se uma distribuição de intensidades). A intensidade em determinado sítio depende da energia libertada pelo sismo (magnitude), da distância desse sítio ao foco e às características geológicas e topográficas do terreno e das estruturas.

    A escala utilizada para identificar as intensidades é a
    Escala de Mercalli Modificada (MMI), que descreve os efeitos produzidos pela vibração do solo. A cada conjunto de efeitos corresponde um determinado grau de intensidade, existindo 12 graus de intensidade que variam entre I (imperceptível) e XII (cataclismo).

Reflexão:

Na tentativa de os diferenciar, estudaram-se os sismos, chegando a ser possível caracteriza-los segundo a magnitude e a intensidade.
Estas duas grandezas têm bases distintas. Enquanto a magnitude se relaciona com a energia libertada no foco e os dados dos sismógrafos, a intensidade resulta dos efeitos observados e de testemunhos pessoais. Porém, ambas contribuem para uma melhor interpretação do respectivo fenómeno.

SISMOS

Um sismo é um fenómeno físico resultante da libertação súbita de grande quantidade de energia, que se foi acumulando em determinada região da crosta terrestre, durante um certo intervalo de tempo e que provoca vibrações que se transmitem a uma extensa área circundante.

A zona no interior da terra na qual se dá a libertação de energia que provoca o sismo designa-se por foco ou hipocentro. E o epicentro é a zona onde o sismo é sentido com maior intensidade.



Os sismos podem ser provocados por:
- Movimentos ao longo de falhas geológicas existentes entre diferentes placas tectónicas (sismicidade interplaca), o que ocorre na maior parte dos casos;
- Movimentos de falhas existentes no interior das placas tectónicas (sismicidade intraplaca);
- Actividade vulcânica e movimentos de material fundido em profundidade;
- Deslocações superficiais de terreno, tais como abatimentos e deslizamentos (mais raramente);
- Actividade humana (sismicidade induzida): grandes massas de água em barragens, injecção ou extracção de fluidos da crosta terrestre ou detonação de explosivos.


A duração de um sismo varia entre poucos a dezenas de segundos, raramente ultrapassando um minuto. Após o sismo principal, geralmente seguem-se reajustamentos do material rochoso que dão origem a sismos mais fracos: as réplicas.


A acção sísmica pode provocar tremores de terra, liquefacção, deslizamentos, incêndios (provocados por fugas de gás, aquando da ruptura das redes de abastecimento), libertação e derrame de materiais perigosos, maremotos e destruição de estruturas urbanas, com potenciais perdas materiais e humanas.


Figuras: resultados de sismos